Lucarocas: A DECEPÇÃO DO ENCONTRO



           DECEPÇÃO DO ENCONTRO
                 Na Festa da Antologia
                                               Lucarocas

Para mostrar seus valores
Na prosa e na poesia
Um grupo de escritores
Tudo melhor escrevia
Para poder publicar
E assim se consagrar
Na primeira antologia.

Marcaram festa de gala
Num recinto da cidade
E para dar sua fala
Convidaram autoridade
Além de agremiação
Chamaram associação
E a alta sociedade.

Muita pompa e coquetel
Pra todo mundo saudar
Um letreiro de papel
Pra festa identificar
E mesas ornamentadas
Já estavam preparadas
Cada um com seu lugar.

Associação de escritores
Chamaram de Fortaleza
E as senhoras e senhores
Mostravam grande beleza
Mas numa ação de lamentos
O diretor de eventos
Gerou indelicadeza.

Dois artistas convidados
Pra uma apresentação
Ficaram impressionado
Com a má recepção
E a festa da antologia
Tornou-se então nesse dia
Uma grande decepção.

Quando chegaram ao local
Ninguém sabia de nada
E no centro social
A festa estava arrumada
Com os mais belos artigos
Mas para a dupla de amigos
Não tinha hotel nem pousada.

E naquele clima estranho
A dupla cedo chegou
Querendo tomar um banho
Um local não encontrou
E os dois ali esperando
Que houvesse algum comando
De alguém que os convidou.

Então criou-se um dilema
Pra aquela situação
Foi dado um telefonema
Para buscar solução
Mas por diversos momentos
O promotor de eventos
Não quis lhes dá atenção.

Enquanto os artistas sós
Ficavam então esperando
Dizia estar em Orós
Que estava logo chegando
Mas com aquela demora
O certo e que de hora e hora
O tempo ia passando.

E feitos outros contatos
Com o tal anfitrião
Se complicaram os fato
Pra aquela apresentação
Pois ele se manifesta
Dizendo que está na festa
Bem naquela ocasião.

Ao chegar ao ambiente
A dupla foi se encontrar
Com uma porção de gente
Que estava pra festejar
E o tal anfitrião
Buscou lhe dar atenção
Para se justificar.

Deu desculpa esfarrapada
Pro poeta e o violeiro
E numa ação descarada
De quem é um traiçoeiro
Disse sem titubear
Para a dupla se trocar
Ali mesmo no banheiro.

Isso a festa começando
Com muita pompa e alegria
E a dupla observando
A tamanha hipocrisia
Que é capaz um ser humano
No macular do seu plano
Na festa da antologia.

A dupla ficou sabendo
Que estava tudo arranjado
O anfitrião querendo
Deixou a dupla de lado
Pois o espaço sobrava
Então ele colocava
Um amigo seu contratado.

Com ar de humilhação
A dupla foi pra um hotel
Pensando no anfitrião
E em seu moleque papel
Resolveu não mais voltar
Para se apresentar
Na festa do coquetel.

Com uma vergonha tamanha
Buscaram um novo abrigo
Pois em uma terra estranha
Também corriam perigo
E foram telefonar
Para então localizar
Alguém que lhe fosse amigo.

E Deus na sua grandeza
Deu-lhes iluminação
E pra alguém em Fortaleza
Foi feita uma ligação
E pra surpresa geral
A pessoa foi mais legal
Que o tal anfitrião.

Deu pra dupla uma acolhida
Cedendo sua moradia
Deu-lhes conforto e guarida
Com a maior alegria
E estando em fortaleza
Teve maior gentileza
Que o povo da antologia.

E ali em outra cidade
Tiveram muita atenção
Fizeram nova amizade
Viveram grande emoção
E descobriram que amigo
É o que lhe dá abrigo
Sem causar decepção.

E toda aquela viagem
Fez a dupla refletir
E criar bem mais coragem
Pra sua vida seguir
Fazendo bem seu trabalho
Sem ter nenhum atrapalho
De quem só quer destruir.

Esse registro de história
Vai entrar pra galeria
E vai ficar na memória
Da arte e da poesia
Quando com esse recontro
A decepção do encontro
Na festa da antologia.

Por essa situação
Causar um constrangimento
Se faz solicitação
Pedindo deferimento
E com vergonha na face
A dupla pede da ACE
Seu total desligamento.

O Lucarocas poeta
E o Cayman violeiro
Seguirão a sua meta
Rumo a um novo paradeiro
Pra sua arte mostrar
Sem da ACE precisar
Pra seguir pro mundo inteiro.

Fortaleza, 25 de agosto de 2012.

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